já não há que dizer,
já não pode bastar escrever.
escrito no sangue dos vivos
está o último fôlego dos mortos.
não há já gritos, nem punhos,
nem protestos, nem discursos,
há poder cativo, e urgente libertação.
não há já palavras que bastem nem vai haver.
só a poesia em movimento,
entrando como ar nos nossos pulmões,
derrubará o dique que represa a pressa de progresso,
incontível rio de sonhos antigos,
e só então nossas mãos se abrirão poderosas alvas asas.
2 comentários:
está chegando o tempo. esse tempo...
As mãos que se fecham em punho são as mesmas que se abrem em par como asas...
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