numa multidão prostrada,
um só rosto levantado é um facho aceso
na escuridão.
num povo amordaçado,
um só grito é uma explosão,
que no horizonte fixa o caminho, da poesia e também do pão.
entre gente acorrentada,
um só punho erguido é inspiração,
é fogo que funde o ferro da nossa prisão.
não há voz de comando para o coração revolucionário,
não esperemos um sinal, desnecessário.
vendados os nossos olhos,
haja quem no-los desvende, herói de vanguarda passo a passo.
se nos prende o ferro, juntos seremos aço,
se nos prostra a escuridão, juntos acenderemos a fogueira da imaginação,
se nos amordaça o silêncio, juntos seremos povo, música e canção.
assim seja cada um de nós o primeiro a levantar o rosto,
e que ninguém seja sozinho o primeiro.
2 comentários:
Bonito: um coração valente que ainda sonha;
... e, dizia outro poeta, até os mortos vão ao nosso lado!
Abraço
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