segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

sem título

estou certo de que ali à beira da livraria do Mondego ainda para lá se vendiam morangos, maçãs e laranjas, mas um ano sobre a passagem referida faz-me assumir e esperar que sejam já outros. o frio substituiu a revolta da chuva e do vento e congelou-nos a respiração que agora se prende na garganta como aqueles nós que nos ficam nos momentos de embargo. tal é a temperatura e o inverno. 
e vem-se por ali abaixo, por entre as montanhas, cortando o ar com um gume motorizado e jamais se adivinha o que vem a seguir, apesar de ter feito já tantas vezes a mesma estrada. nunca contes com um livro escrito na vida. a noite passada, viraste as páginas ímpares sem te dares conta das pares. 
nessa livraria grande que orla o rio maior, desfolhas o passado e aguardas o futuro. mas não, mas nunca, como o peixe que fica na torrente sem nadar.

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