no dorso o sol a pique,
mãos rasgando o chão para comer.
para viver, não pode levantar-se
o homem que nasceu para andar erguido.
foi vergado por quem nasceu
de espírito já partido,
sem coluna, verme protegido.
do chão emerge a vida de ambos,
a de um pelo trabalho de suas mãos, a do outro
pela fome de cada mão.
não percebe quem com seus braços sulca a terra
que assim sulca a história e escreve as linhas do futuro.
o sol um dia trará também essa aurora de fogo
(de libertação) e comerá apenas quem quiser amassar o pão.
1 comentário:
:)dos melhores que já escreveste. Obrigada
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