esperei a queda de água de mil clepsidras
pelo teu cheiro
mantive-me à porta entreaberta dos planetas
sem saber das luas cheias
ou das florestas impossíveis
que do horizonte lançavam o azimute do futuro
para que os desnorteados seguissem seu rumo
esperei meia-vida do isótopo mais estável
pela cratera no meio do peito cheia de flores
e pelas pequenas galáxias espalhadas
um pouco por todos os lençóis
até que essa enchente derramasse sobre todas as peles
o toque de uma mão que não larga
que não desiste
que atravessa o vazio inteiro
do que já não nos separa.
1 comentário:
Este poema é muito, muito bonito!
"o toque de uma mão que não larga
que não desiste
que atravessa o vazio inteiro
do que já não nos separa." é magnífico!
(e não falo, sequer, do cheiro!)
Enviar um comentário