quinta-feira, 9 de setembro de 2021

C.

este poema não é uma canção de amor
é uma bandeja de prata envelhecida com flores frescas antes de serem arrancadas
só para que o escritor ainda que ao longe
possa ver o teu sorriso barco à vela
em dia de vento cantante
vir por esse largo mar afora do viso à manteigada
trazendo uma canção por parir
há 500 noites em gestação
ao longe o escritor contemplará os barcos engalanados
a santa na proa
desse círio dos séculos
e deitará as cartas na mesa
tudo copas. 

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